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A IMPORTÂNCIA DO EIXO CARDÍACO MÉDIO DO QRS

Por causa da grande importância clínica, deve-se sempre incluir a determinação do eixo médio de QRS no plano frontal na análise do eletrocardiograma, pois é significativa a correlação entre os desvios de eixo cardíaco e as patologias cardíacas, como as sobrecargas de câmaras e os transtornos do sistema de condução             

A posição elétrica do coração pode ser determinada pelo eixo médio do QRS e seu cálculo é fundamental antes de iniciar a análise do eletrocardiograma.

A atividade elétrica cardíaca produz simultaneamente inúmeros vetores em todas as direções (nos três planos ou dimensões) durante o ciclo cardíaco. Por definição, o eixo elétrico médio de QRS é o vetor que representa a orientação média de todos os dipolos ocorridos na despolarização. Por meio de registros dos complexos QRS obtidos nas seis derivações do plano frontal, é possível estimar o eixo médio de QRS.


Além do mais, a medida do eixo médio é o primeiro parâmetro a ser analisado, porque é a partir dele é que sabemos em que derivações devemos medir as ondas dos complexos QRS.

Para um coração com o eixo médio dentro da normalidade (para os cães entre 40 e 110 graus e para os gatos entre 0 e 160 graus), a medida do QRS deverá ser realizada na derivação D2, porque a projeção vetorial (nos exemplos que se seguem, a onda R) é maior nessa derivação em detrimento às demais do plano frontal

 

 

Comparação dos eixos elétricos médios para o coração normais de cão (A) e de gato (B). Fonte: Tratado de eletrocardiografia de cães e gatos.

 Representação do vetor médio dentro da normalidade e maior projeção vetorial em D2.  Fonte: Tratado de eletrocardiografia de cães e gatos.


Mas se houver um desvio de eixo cardíaco médio para a esquerda, a maior projeção vetorial da onda R será observada em D1 e, portanto, devemos usar essa derivação para medi-la, e não D2.


 

 

Representação do vetor médio com desvio de eixo para a esquerda, com maior projeção vetorial da onda R em D1.

Fonte: Tratado de eletrocardiografia de cães e gatos.

 

Contudo, se houver um desvio do eixo cardíaco médio para a direita, a maior projeção vetorial da onda R será observada em D3 e, portanto, devemos usar essa derivação para medi-la, e não D2.


 

 

Representação do vetor médio com desvio de eixo para a direita, com maior projeção vetorial da onda R em D3.

Fonte: Tratado de eletrocardiografia de cães e gatos.

 

A conclusão é a que não devemos utilizar sempre a derivação D2 para fazer as medidas das ondas, e sim, primeiramente calcular o eixo cardíaco médio para saber em que derivação devemos medi-las.


Toda a análise utilizada para o cálculo do eixo médio de QRS, poderá (e deverá) ser aplicada para a determinação do eixo médio da onda P, igualmente importante para saber em que derivação medi-la, o que pode nos ajudar a determinar se há indícios de sobrecargas atriais e/ou transtornos da condução interatrial.


Lembrando que mesmo que haja softwares que calculem os eixos de médio QRS e da onda P, eles são semiautomáticos, ou seja, mostram medidas que devem sempre conferidas por quem está analisando o eletrocardiograma. Além do mais, não há como se utilizar deste recurso, quando, por exemplo, recebemos um eletrocardiograma em formato de PDF...


Por esse e por outros motivos, devemos aprender muito bem a calcular o eixo cardíaco médio tanto do complexo QRS quanto da onda P, para que possamos também, iniciar bem a análise de um eletrocardiograma.

               

 

 

 

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